Chega-te a mim, mais perto da lareira, vou-te contar a história verdadeira…
Dizem no norte: os do norte é que são bons. Somos todos muito bons!
…e vem-nos à memória uma frase batida:
HOJE É O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA TUA VIDA
Tenho bichos-carpinteiros, não consigo ficar quieto, meto-me no que não devo, no que devo não me meto.
CARAMBA, está-se pr’aqui a dançar na corda bamba, sem se saber p’ra que lado é que se cai, nem com que pé é que se samba.
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa com certeza , que eu dava conta do recado e para ti era um sossego
EH LÁ, BICO CALADO, MUITA COISA PR’A DIZER
Tem que ser, porque parar nunca. Ficar parado?
Antes o poço da morte que tal sorte.
Com um brilhozinho nos olhos
dissemos, sei lá
o que nos passou pela tola
Hoje soube-me a pouco
passa aí mais um bocadinho
que estou quase a ficar louco
hoje soube-me a tanto
A VIDA É FEITA DE PEQUENOS NADAS
sábado, 24 de outubro de 2009
EU...
Farto de voar, pouso as palavras no chão
Entro no mar...
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher, BONITA
Eu, contigo
eu consigo
fazer o que digo
Devo dizer-te ao ouvido
eu sem ti
não tem sentido
bem bom bem bom
bem mais
do que o que é bom
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
"por ti sofre meu coração"
num canto SIM, noutro canto NÃO
e ela o canto "não" dobrou.
Ai eu estive quase morto
no deserto
e o Porto
aqui tão perto
Eu tenho a vida
partida
em mil pedaços
cola-a tu com dois abraços
Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar
Estou velho!
dói-me o joelho
dói-me parte do antebraço
dói-me a parte interna
de uma perna
a parte amiga
da barriga
que fadiga
o que é que eu faço ?
Já a vista me fraqueja
Quem vem lá , que não o veja
Não faz mal que eu já vi tanto
que a morte me não espanto
ITA MISSA EST
amén
Entro no mar...
Eu fui ao fim do mundo
eu vou ao fundo de mim
vou ao fundo do mar
vou ao fundo do mar
no corpo de uma mulher, BONITA
Eu, contigo
eu consigo
fazer o que digo
Devo dizer-te ao ouvido
eu sem ti
não tem sentido
bem bom bem bom
bem mais
do que o que é bom
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
Mandei-lhe um cartão
que o amigo maninho tipografou
"por ti sofre meu coração"
num canto SIM, noutro canto NÃO
e ela o canto "não" dobrou.
Ai eu estive quase morto
no deserto
e o Porto
aqui tão perto
Eu tenho a vida
partida
em mil pedaços
cola-a tu com dois abraços
Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar
Estou velho!
dói-me o joelho
dói-me parte do antebraço
dói-me a parte interna
de uma perna
a parte amiga
da barriga
que fadiga
o que é que eu faço ?
Já a vista me fraqueja
Quem vem lá , que não o veja
Não faz mal que eu já vi tanto
que a morte me não espanto
ITA MISSA EST
amén
Mánhe
Inda há quem se acanhe
com a pronuncia que tem
mas com cinco letras apenas
se escreve a palavra mãe
que é de todas a mais bela
mais bela que o céu azul
e aqui tem mais letras que no sul
SG (Aos Amores)
com a pronuncia que tem
mas com cinco letras apenas
se escreve a palavra mãe
que é de todas a mais bela
mais bela que o céu azul
e aqui tem mais letras que no sul
SG (Aos Amores)
É a vida
Pois, é a vida
pois, pois, pois é, pá
não há melhor
é o melhor que há
deseja que embrulhe
ou é pra viver já.
SG (Salão de Festas)
pois, pois, pois é, pá
não há melhor
é o melhor que há
deseja que embrulhe
ou é pra viver já.
SG (Salão de Festas)
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Porto, Porto
Vindo desde Vigo ao Porto
sem mala nem passaporte
o comboio era tão velho
que o fumo cheirava a morte
Pela manhã vi-me em S. Bento
tinha os olhos mal dormidos
estava na rua um silêncio
daqueles de abrir ouvidos
Quando de repente o estrondo
duma explosão fabulosa
me atirou quase por terra
à esquina da Carvalhosa
Vi um fumo no horizonte
tomei o trolley p´ra Baixa
desci depois do Palácio
e fui deparar com um graxa
- Olá, como está, disse eu
- Eu bem, e vocemecê
- De onde é que vem este fumo?
- Do Inferno, então não vê?
E em jeito de despedida
disse "O meu nome é Duarte,
se vir por aí o diabo
diga que vem da minha parte"
Lá fui andando para o fumo
que agora era quase branco
quando dei com um surdo-mudo
com um letreiro escrito "Manco"
Perguntei-lhe pelo estrondo
respondeu "mudo não fala"
a viagem ia ser grande
decidi comprar uma mala
Entrei dentro dum quiosque
dirigi-me ao jornaleiro
mordeu-me e o sangue espirrou
nas notícias do Janeiro
A descer a Boavista
surgiram três atletas
um piloto, outro ciclista
e o outro pintava as metas
Perguntei se o estrondo vinha
lá das bandas de Leixões
responderam "ao passarmos
só ouvimos ovações"
Vi ao olhar da janela
dois carros feitos num feixe
"se alguma janela aberta
o incomoda
peça ao condutor que a feche"
Lá nos degraus do mercado
vi três senhoras em prantos
cobrindo o rosto com véus
e o corpo com negros mantos
Pensei, devem ter perdido
pai, marido ou companheiros
responderam "qual marido?,
quem perdeu foi o Salgueiros"
Sem mais notícias do estrondo
fui comprar mais uma mala
não sabia o que pôr dentro
fui para o Douro lavá-la
Estava meio vazo de água
sem ninguém nas redondezas
mas assim que mergulhei
perdi-me nas profundezas
Voltei à tona molhado
Gritei "Eh povo! Eh povo!
Aquela explosão tão grande
era da casca dum ovo!"
Lá de dentro veio um pinto
saíu e disse "sou eu"
"Então eu que já nasci e o galo ainda não morreu?"
Dizem que os pintos não voam
este voou sobre as casas
os que não voam não querem
ou lhes cortaram as asas
Dizem que os pintos não voam
este voou sobre as casas
os que não voam não querem
ou lhes cortaram as asas.
sem mala nem passaporte
o comboio era tão velho
que o fumo cheirava a morte
Pela manhã vi-me em S. Bento
tinha os olhos mal dormidos
estava na rua um silêncio
daqueles de abrir ouvidos
Quando de repente o estrondo
duma explosão fabulosa
me atirou quase por terra
à esquina da Carvalhosa
Vi um fumo no horizonte
tomei o trolley p´ra Baixa
desci depois do Palácio
e fui deparar com um graxa
- Olá, como está, disse eu
- Eu bem, e vocemecê
- De onde é que vem este fumo?
- Do Inferno, então não vê?
E em jeito de despedida
disse "O meu nome é Duarte,
se vir por aí o diabo
diga que vem da minha parte"
Lá fui andando para o fumo
que agora era quase branco
quando dei com um surdo-mudo
com um letreiro escrito "Manco"
Perguntei-lhe pelo estrondo
respondeu "mudo não fala"
a viagem ia ser grande
decidi comprar uma mala
Entrei dentro dum quiosque
dirigi-me ao jornaleiro
mordeu-me e o sangue espirrou
nas notícias do Janeiro
A descer a Boavista
surgiram três atletas
um piloto, outro ciclista
e o outro pintava as metas
Perguntei se o estrondo vinha
lá das bandas de Leixões
responderam "ao passarmos
só ouvimos ovações"
Vi ao olhar da janela
dois carros feitos num feixe
"se alguma janela aberta
o incomoda
peça ao condutor que a feche"
Lá nos degraus do mercado
vi três senhoras em prantos
cobrindo o rosto com véus
e o corpo com negros mantos
Pensei, devem ter perdido
pai, marido ou companheiros
responderam "qual marido?,
quem perdeu foi o Salgueiros"
Sem mais notícias do estrondo
fui comprar mais uma mala
não sabia o que pôr dentro
fui para o Douro lavá-la
Estava meio vazo de água
sem ninguém nas redondezas
mas assim que mergulhei
perdi-me nas profundezas
Voltei à tona molhado
Gritei "Eh povo! Eh povo!
Aquela explosão tão grande
era da casca dum ovo!"
Lá de dentro veio um pinto
saíu e disse "sou eu"
"Então eu que já nasci e o galo ainda não morreu?"
Dizem que os pintos não voam
este voou sobre as casas
os que não voam não querem
ou lhes cortaram as asas
Dizem que os pintos não voam
este voou sobre as casas
os que não voam não querem
ou lhes cortaram as asas.
Inquietação
A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda.
Composição: José Mario Branco
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Ensinas-me fazer tantas perguntas
Na volta das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
Pra ficar pelo caminho
Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda
Cá dentro inqueitação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Mas sei
É que não sei ainda
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda.
Composição: José Mario Branco
À Deriva de Porto Rico
Naquele lugar servem-nos tabaco em lugar de vinho
em Porto Rico cheira a erva santa de Santo Domingo
tão doce e sentida, chupada e contida no peito tão só
sorvem como sumos pelas bocas em fumos pelos narizes em pó
por baixo das linhas quentes tropicais são ma is cristalinas
música de búzios, dos atabalinhos, de campaínhas e buzinas, transmarinas
Escarabulha, salta, pula, pincha, fazem muitas mil doidices, quem o disse?
De tal maneira a marinh ar p´ra não se deitarem ao m ar
Uns atavam-nos uns aos outros, pelas gambias, pelos cotos
Esvoaça, avoa, abeija a ala pelas ventas extasia, quem diria?
Imitam aves o que é raro e eu até sofro do faro
Um vai tonto e outro tolo pois tanta côdea é pró miolo
A chusma de gulosos dedilha folhas secas, viciosos canudinhos
em extase escondidos de tudo areou perdeu o tino dos caminhos
e andamos ao pairo sem norte nem sol no desvairo das folias
se o piloto trás dois nortes pelo seu sol outro em sua fantasia
e as ilhas deste mundo sem bóias que as prenda lá no fundo deste mar
andam sobre as águas bailam pelas fráguas como bóias a bailar a boiar
Escarabulha, salta, pula, pincha, fazem muitas mil doidices, quem o disse?
De tal maneira a marinhar p´ra não se deitarem ao mar
Uns atavam-nos uns aos outros, pelas gambias, pelos cotos
Esvoaça, avoa, abeija a ala pelas ventas extasia, quem diria?
Imitam aves o que é raro e eu até sofro do faro
Um vai tonto e outro tolo pois tanta côdea é pró miolo
Composição: Fausto
em Porto Rico cheira a erva santa de Santo Domingo
tão doce e sentida, chupada e contida no peito tão só
sorvem como sumos pelas bocas em fumos pelos narizes em pó
por baixo das linhas quentes tropicais são ma is cristalinas
música de búzios, dos atabalinhos, de campaínhas e buzinas, transmarinas
Escarabulha, salta, pula, pincha, fazem muitas mil doidices, quem o disse?
De tal maneira a marinh ar p´ra não se deitarem ao m ar
Uns atavam-nos uns aos outros, pelas gambias, pelos cotos
Esvoaça, avoa, abeija a ala pelas ventas extasia, quem diria?
Imitam aves o que é raro e eu até sofro do faro
Um vai tonto e outro tolo pois tanta côdea é pró miolo
A chusma de gulosos dedilha folhas secas, viciosos canudinhos
em extase escondidos de tudo areou perdeu o tino dos caminhos
e andamos ao pairo sem norte nem sol no desvairo das folias
se o piloto trás dois nortes pelo seu sol outro em sua fantasia
e as ilhas deste mundo sem bóias que as prenda lá no fundo deste mar
andam sobre as águas bailam pelas fráguas como bóias a bailar a boiar
Escarabulha, salta, pula, pincha, fazem muitas mil doidices, quem o disse?
De tal maneira a marinhar p´ra não se deitarem ao mar
Uns atavam-nos uns aos outros, pelas gambias, pelos cotos
Esvoaça, avoa, abeija a ala pelas ventas extasia, quem diria?
Imitam aves o que é raro e eu até sofro do faro
Um vai tonto e outro tolo pois tanta côdea é pró miolo
Composição: Fausto
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