»»Cortejo etnográfico deu a conhecer cultura popular de Cabeceiras de Basto
Publicado em 27 de setembro de 2022, às 11:10
Realização integrou programa oficial das festas concelhias em honra de São Miguel.
Dedicado ao tema ‘Lendas e Estórias’, o Cortejo Etnográfico integrado no programa da Feira e Festas S. Miguel 2022 saiu esta tarde, 25 de setembro, à rua. Milhares de pessoas assistiram ao belíssimo desfile que promoveu e divulgou a cultura popular e etnográfica de Cabeceiras de Basto. A freguesia de Abadim apresentou neste cortejo a ‘Os Moinhos de Rei’; a freguesia de Alvite e Passos os ‘Monges oram na Serra da Senhora da Orada’; o Arco de Baúlhe e Vila Nune a ‘Lenda do Crasto’; Basto a ‘Cura de D. Afonso II e atribuição do Couto a Santa Senhorinha pelo Rei D. Sancho I’; Bucos a ‘Atribuição do Galardão Galo de Prata da Aldeia Mais Portuguesa de Portugal’; Cabeceiras de Basto a ‘Lenda da Dona Loba’; Cavez a ‘Lenda da Construção da Ponte de Cavez’; a Faia trouxe ao cortejo ‘S. Tiago das Bichas’; Gondiães e Vilar de Cunhas a ‘Lenda de S. Sebastião e a Festa das Papas’; a freguesia de Pedraça a ‘Partida de Dom Nuno Álvares Pereira para a Guerra’; Refojos, Outeiro e Painzela a ‘Chegada das Tropas Republicanas à sede do concelho’; Riodouro ‘Os Cemitérios da Discórdia’; e a Associação Vilela Com Vida a ‘Lenda da Cantareira’. [Notícia completa na edição impressa do Diário do Minho]
Quanto às nossas "Bichas", acho que não é muito fácil encontrá-las, nem há por ali barbeiros que as apliquem. Vou socorrer-me de quem sabe e já publicou boa informação sobre as bichas. Leiam aqui o resumo e vão ao original ler o resto:
Em que consiste a festa das bichas? «A primeira pista é-nos facultada pelas memórias paroquiais de 1758: “Há ao pé desta igreja um ribeiro, em dia de São Tiago, que é o orago, concorre muita gente a tomarem bichas para sararem de várias enfermidades. E é tradição antiga que só naquele dia se achavam no dito ribeiro que se chama de S. Tiago” (CAPELA, 2003: 224). As pessoas da freguesia contam as histórias que os avós lhes contavam: antigamente, quando as pessoas tinham problemas no sangue ou outras doenças em que era necessário purificar o corpo, mergulhavam as pernas no estreito ribeiro que corre perto da igreja de S. Tiago. No dia do Santo, apareciam as sanguessugas que se agarravam às pernas dos banhistas e curavam varizes e coágulos, regenerando os corpos dos devotos.
Reza a lenda que as bichas aparecem apenas no dia de S. Tiago, muito embora a vida e a obra de S. Tiago nada tenham a ver com semelhante lenda. Pormenor que não obsta a que a memória da cura pelas sanguessugas se mantenha viva e festiva. Hoje, ninguém se aventura a mergulhar as pernas no ribeiro, mas a festa das bichas continua a realizar-se com dignidade todos os anos no último fim-de-semana de julho ou no primeiro de agosto, com missa, procissão, música e fogo-de-artifício no final.»
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