segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

A Praça da Galiza e a Rosalia

 A Praça da Galiza e a Rosalia

A Praça da Galiza era o meu paradouro diário no caminho da "volta". Dois locais se destacavam – o jardim e o quiosque na paragem do eléctrico 20, onde me abastecia de vez em quando, por cinco tostões, com um caladinho acabado de chegar.

Do outro lado, estava a estátua da Rosalía (Rosalía de Castro, 1837-1885, poetisa galega), em granito rosado, da autoria do Mestre Barata Feyo, com o lago e o jardim em saibro, onde diariamente eu pisava os risquinhos acabados de fazer com o ancinho pelo jardineiro. Só alguns anos mais tarde, soube quem era aquela Rosalia, que nem acento tinha. Em frente à estátua, tinha a paragem do 35, para Campanhã, que me levava para o Liceu, quando eu só tinha aulas de tarde.

 

Na foto, o Sr. Presidente da Câmara Municipal, Eng. José Albino Machado Vaz, coloca flores no pilar do monumento a Rosalía de Castro, acompanhando a filha da poetisa, Dona Gala Murguía de Castro, durante o acto inaugural, no ano em que eu nasci (1954). Houve discursos numa tribuna erguida em frente ao monumento, discurso do Alcaide de Santiago e um banquete na Câmara Municipal.

Em 1946,  já tinha havido um estudo para um monumento a Rosalia de Castro da autoria de José Luís Brandão de Carvalho e um projeto para arranjo da Praça da Galiza e enquadramento do Monumento a Rosalia de Castro, do eng.º Miguel Resende e do arquiteto Fernando Távora (1923- 2005), um novato nestas andanças. 

No caderno de encargos faz-se referência à simbologia dos loureiros e à vieira, como símbolo galaico. Não sei onde a vieira está agora, mas penso que houve por ali uma bem grande, tal como aparece neste estudo. Será que demoliram uma parede e lá foi a vieira?

Escola Técnica Elementar Gomes Teixeira (na Praça da Galiza)

A escola técnica era a alternativa ao Liceu; quem queria seguir um curso mais profissional na área do comércio ou da indústria, no ano do exame da 4.ª classe fazia o exame de admissão a este tipo de escola que leccionava apenas dois anos – 1.º e 2.º, mais tarde substituídos pelo Ciclo Preparatório, posteriormente designados por 5.º e 6.º anos de escolaridade. Como eu era um menino “rico”, quando fiz o exame da 4.ª classe, fiz o exame de admissão ao liceu, e à cautela, podia reprovar, fiz também o exame de admissão à escola técnica (no meu caso na Escola Elementar Ramalho Ortigão, em Campanhã). Ah, e também fiz outro exame – o da Comunhão Solene.

Escola Gomes Teixeira (antiga Escola Industrial Infante de Sagres?)

Aqui pelas minhas "voltas", em frente à Rosalía, ficava outra escola Técnica – a Gomes Teixeira.   Foi inaugurada a 19 de Outubro de 1952 e construída nos terrenos do antigo parque desportivo do Infante. Já havia muitos candidatos a não ficar só com a 4.ª classe. Muitos queriam continuar a estudar, para ter uma profissão melhor...
Nos documentos da Câmara parece haver erro no nome da escola- Escola Industrial Infante de Sagres (tenho de confirmar esta afirmação, será que houve confusão de Infantes?)




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