sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O “prefixó-mercado”

Mercearias, pomares, tascos, casas de pasto  e outras lojas… Tanto sítio onde comprar comida...

Acho que o grupo de lojas do ramo alimentar, como hoje se classificam, era o mais numeroso da minha rua, porque falando só na Torrinha de baixo, lembro-me de pelos menos oito ou nove. 

Hoje em dia, temos quarteirões inteiros sem uma mercearia ou um pomar. Antes, viviam porta com porta e todos sobreviviam. Cada um tinha as suas especificidades e nós escolhíamo-los consoante as nossas necessidades. Também havia os que gostavam de ir deixando os seus calotes e iam pregando aqui e ali.

Infelizmente na Torrinha, só faltava a "Flôr". Quantas "flor" não houve por esse Porto fora e que saudades eu  tenho das casas de pasto, das mercearias e dos pomares que ostentavam a tabuleta - A Flôr daqui, A Flôr dali...



Fiquemos com esta relíquia, agora retirada do livro "As Ruas do Porto", de Luís Miguel Queirós, porque embora a casa ainda lá esteja na dita travessa, os comeres são só para turista.

Acabou o comércio local. O “prefixó-mercado” há muito que o matou.

Começaram por mini-mercado, passaram a pequeno-~, super-~, depois a hiper-~… e nunca mais pararam. A moda foi tal que até os hífens comeram - supermercado, hipermercado.


Agora até precisam de sufixos, acabam em ~ão ou ~ona (Bazarão, Mercadona). Fiquemos hoje com esta má memória.

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